quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Palavras (publicando postagem antiga)

Sentar, engatinhar, falar, andar, retirar fraldas, retirar bico, retirar mamadeira e tantas outras coisas foram vivenciadas de maneira processual com Larissa. Fomos naturalmente percebendo cada aprendizado, cada salto de desenvolvimento e cada necessidade.

Nunca gostei de corrigir o modo de falar e nem de ensinar a falar corretamente, sei que cada indivíduo tem seu tempo de aprendizado. Também não sou daquelas que incentiva falando como um neném. Acho lindo o jeitinho dos bebês e crianças pequenas falarem e nesse ano que Larissa completou 4 anos e o primeiro ano na escola (no maternal III) começo a me despedir das poucas palavras que ela ainda pronuncia do jeito dela. Isso mesmo, jeito dela, porque ela me explicou que cada um tem um jeito e que esse jeito pode ser diferente do jeito do outro.

Dia desses enquanto passeávamos ela perguntou: mamãe, vamos comer pitzra hoje? E natação ainda é latação.

Amo acompanhar de pertinho cada fase, cada aprendizado, o jeitinho dela é lindo demais!!!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Dia das Bruxas

Nunca fomos ligados ao Dia das Bruxas e nem sabíamos ao certo como esse dia era comemorado. Mas uma vizinha nossa muito querida e sempre cheia de ideias foi lá em casa no final de semana com suas netinhas Cacá e Ciça para convidar a Larissa para participar da brincadeira.

Ontem, segunda-feira dia 31/10/2011, fomos pra casa da Diva nos reunir e preparar a criançada. Pronto! Roupas e capas pretas, máscaras de fantasma, chapéus de bruxa, vassouras, dentes de vampiros e cestinhas em mãos, saíram pelo prédio afora tocando a campainha dos vizinhos e perguntando em coro: gostosura ou travessura?

Um vizinho, pai dos loirinhos, deu um baita susto na meninada: apagou a luz do apartamento e quando as crianças tocaram a campainha ele abriu a porta vestido com uma máscara e falou com uma voz fantasmagórica: eu não tenho medo de vocês! rárárárárárá!!! Larissa deu um pulo de susto e gritou mas depois adorou o pirulito que faz a língua ficar azul.

As risadas felizes deles quando ganhavam balas, chocolates e pirulitos eram ótimas. Os vizinhos também riam dizendo "querida, vamos ter que arrumar umas balas pra essa turminha assustadora aqui!". Até nós mães que estávamos acompanhando de longe os nossos pequeninos nos divertimos à beça. Gostosuras recolhidas e sustos bem dados, voltamos para casa da Diva para reunir todas as guloseimas e dividir igualmente entre todos, afinal compartilhar também pode ser divertido!

Ladar e bebulhar

A nossa linda menina está fazendo aulas de natação e A-D-O-R-A-N-D-O! Sempre gostou de uma água, especialmente de uma piscina ou banheira grande. Será que é porque ela nasceu na água dentro de uma deliciosa banheira!?!Todo dia ela me pergunta cheia de entusiasmo: mamãe, hoje tem latação? Vô bebulhá?

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Dedêra

Alguns meses antes do aniversário de 4 anos comecei a conversar com a Larissa sobre a mamadeira. Vez por outra comentava como ela estava grande, que ela estava crescendo cada dia mais, que não usava mais fraldas, que não chupava mais bico, que já tinha muitos dentes, que sabia andar, correr e fazer tantas outras coisas. Falei que ela não precisava mais tomar leite na mamadeira, que se ela quisesse poderia tomar no copo ou na caneca como ela já tomava as outras bebidas e como a gente e tal... volta e meia eu ia soltando comentários sobre esse assunto.

Num sábado à noite, enquanto a gente voltava de um delicioso passeio, Larissa pediu que o papai colocasse a música da moça que fica cansada pra ela cantar. Enquanto ela cantava, a mamãe babona aqui vibrava, batia palmas e pedia bis. Ela cantando em inglês é um verdadeiro show! No dia seguinte de manhã cedo ela veio para nossa cama e ficamos lá, agarradinhos curtindo uma preguiça. Quando ela pediu a tradicional mamadeira matinal com leite, "plin", uma super ideia me veio à cabeça e nem pensei duas vezes, fiz a proposta a ela:

"Filhinha, o que você acha da gente pedir pro Papai do Céu pra Ele mandar uma fada aqui em casa para buscar as mamadeiras e levar para as filhinhas dela que são nenéns e não tem dentes ainda e daí a fada traz um microfone pra você cantar a música da moça que fica cansada e troca pelas dedêras?" Bom, daí fui floreando a história enquanto ela ouvia e pensava atentamente... no final, perguntei a ela se ela queria fazer isso e tomar a última dedêra da vida dela. Ela toda animada respondeu que queria. Eu e o Du nos entreolhamos surpresos e ao mesmo tempo apreensivos.

Preparamos a dedêra e deitamos na cama curtindo aquele momento de despedida . Quando ela terminou, fomos nos arrumar pra comemorar o aniversário do vovô Dudu com um almoço na casa dele e da vovó Rê. Colocamos todas as dedeiras numa sacola e Larissa colocou embaixo da cama dela. Fizemos uma oração e pedimos que Papai do Céu mandasse uma fada buscar as dedeiras pra dar para as fadinhas nenéns e Larissa fez questão de deixar a janela do quarto bem aberta para a fada poder entrar.

Quando voltamos Larissa correu pro quarto dela e foi logo olhando embaixo da cama: "aaaaahhhhhmmmm!!! tem um presente embaixo da minha cama e as dedêras não estão aqui, a fadinha veio mesmo e deixou um presente pra mim!!!".

Pronto, a troca estava feita, só restava ainda um pouco de apreensão dos pais que ficaram imaginando como seria na hora de dormir e na manhã do dia seguinte, já que esses horários eram tradicionais do leitinho na dedêra. Mas claro que só fizemos isso porque percebemos que ela já estava pronta pra dar mais esse salto.

E assim foi! Fazem 10 dias que ela parou e nem pediu mais!

Festa de 4 anos: Larissa de Neve!

Sem sombra de dúvidas essa foi a comemoração que Larissa mais curtiu em sua vida.

Queria que fosse de Branca de Neve e assim foi feito. Distribuiu os convites, ajudou nos preparativos, convidou as pessoas queridas e pronto: ela se esbaldou com os amigos e familiares (e nós também, é claro!

É muito gostoso poder proporcionar momentos de felizes como esses. Ao ver a minha pequena tão cheia de alegria (esse é o significado de Larissa) me sinto completamente realizada!

A casinha dos sete anões com porta, janelas, lareira, quadros na parede e espaço para todos brincarem juntos foi diversão antes, durante e depois da festa. A mesa do parabéns e dos doces não podia ser diferente: na altura dos pequeninos com cadeirinhas para os anõezinhos e para a Larissa de Neve, como disseram minhas queridas decoradoras Tati e Jana. Larissa abraçou cada anão de pelúcia que estava sentadinho na mesa assim que chegamos ao salão, brindou e tomou chá com a mamãe e o papai, pulou na cama elástica, brincou de roda, de corre cutia, de coelhinho sai da toca, fez massinha com farinha, fez bonequinho doce, brincou de caça ao tesouro e tantas outras delícias.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Às vésperas dos 4 anos

Puxa, há tempos não consigo escrever aqui... mil coisas acontecendo, como sempre, e milhões de coisas lindas Larissa vem aprendendo, fazendo e descobrindo.

Em julho fomos ao sítio de tios e primas muito queridas e Larissa amou brincar de escorregar na grama com caixas de papelão, correr atrás dos pavões e caçar penas de galinhas d'angola com os priminhos e amiguinhos. Eu também adorei o dia delicioso que passamos e gostei mais ainda de estar com pessoas tão especiais e relembrar a minha infância que foi tão deliciosa ali, naquele sítio. Ver minha filha curtindo os priminhos e brincando das mesmas brincadeiras de quando eu era criança.

Dia desses, chegando da escola, Larissa cantou:
"Atenção!!! Concentração!!! Vai haver!!! Sevolução!!!"
kkkkkkkk!!! Fofísse pura!!!

Adora brincar de gato e cachorro e também de "ladar"na piscina. Ser a mamãe e eu a filhinha. Lavar o meu cabelo e dizer que é igual ao da Rapunzel. Assistir filmes (acho que já viu todos!). Brincar com os amigos do prédio, especialmente os queridos Lucas e Mariana. Ah, inclusive os três passaram férias juntos: foram ao zoológico com vovó Rê, Bruna, Camila e Cecília, Diva e Cris. Foram alguns dias para a Corre Cutia pintar pantufa, ouvir e contar histórias, brincar com argila. Na Casa Ideia foram passear no carro de bombeiros, fizeram cookies e pintaram camisa. Fomos ao teatro e encontramos com o Afonso, coleguinha da escola. Nas férias também Larissa foi ao parque Guanabara com o papai.

Agora está na contagem regressiva para o aniversário e chegou da escola ontem dizendo que a Leca, professora dela, falou que faltam assim: mostrou nove dedinhos nas mãos.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Primeira festa junina na escola

Larissa passou semanas cantarolando e dançando a música. Nos ensinou toda a coreografia e letra e pedia para fazermos com ela. Durante esse período músicas que falavam de boi, figuras de boi e histórias de boi rolavam quase que diariamente.

No sábado, 04/06/11, Larissa estava linda e feliz com suas maria-chiquinhas feitas pela mamãe, blush cor de rosa e pintinhas na bochecha, vestido rodado cheio de fitinhas coloridas e apliques de bonequinhas dançando e comendo pipoca. Fomos para escola, brincamos de pescaria e nos divertimos muito, especialmente vendo ela super à vontade e alegre.

No microfone chamaram: turma da Leca, maternal 3, para concentração! Pronto! Lá foi ela para salinha junto da professora e dos coleguinhas para se prepararem para dança. Gente, meu coração disparou de tanta emoção. Eu e o Du levamos a La para sala e fomos para a rua esperar a chegada oficial da turminha para dança. Eu andava pra lá e pra cá, olhava lá pra dentro pra ver se estavam vindo e, quando minha flor veio chegando alegre e concentrada, quase explodi de emoção.

Entraram em fila, fizeram a roda, colocaram a canga do boi meio dela e lindamente Larissa cantou e dançou:

"Tira esse boi daqui,
Põe esse boi ali,
Tira a canga desse boi,
Põe ele pra comer capim.
A água do rio é doce
É doce que nem melado
A água do rio é doce
É doce que nem melado
Eu quero dormir um sono
Um sono bem sossegado".

Ela curtiu demais e nós, nem se fala!!! Que delícia ver a nossa cria crescendo, descobrindo e aprendendo... realmente minha emoção foi muito forte!

Ainda aproveitamos a bela festa e fomos almoçar juntos.

À noite, Larissa, eu e minha mãe ainda fomos na festa do meu trabalho que foi num sítio lá em Sabará. Lalá e eu dançamos quadrilha juntas e ela também se esbaldou na cama elástica e vários brinquedos junto das outras crianças. Para completar, quis de qualquer forma ir no touro mecânico! E foi! E adorou!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Inventando palavras e soltando a língua!

Gente, minha filha é linda demais!!! Pensa bem, num engarrafamento, carros pra todo lado e Larissa solta "nossa que caiaiáda, mamãe!". Todo estresse vai por água abaixo numa gargalhada sem tamanho.

Abro a janela do quarto num lindo dia ensolarado e ela, tampando os olhinhos diz "que solada, mamãe!".

Arrumando para ir para uma festa de um amiguinho da escola "mamãe, todas quianças e todos quianços vão na féta tamém?"

Hoje no almoço "quiança é menina e quianço é menino, né, mamãe?"

O "rrr" ainda não sai e a gente nem liga, não ensinamos e nem reforçamos, mas que é fofo demais e a gente se diverte, ah isso sim! Afinal, gostamos de ver nossa filhotinha construindo a própria linguagem, criando palavras para se expressar e soltando a língua do jeito que bem quiser!

terça-feira, 29 de março de 2011

Sonho

O maridão viajou para passar a semana fora fazendo um curso a trabalho. Hoje, terça-feira, Larissa levantou da cama e foi até o banheiro onde eu estava tomando meu banho dizendo: - Quéio meu papai! Expliquei a ela que o papai ainda está viajando e que faltam 4 dias pra ele chegar. Daí ela deitou e foi tomar sua mamadeira matinal. Quando saí do banho, brinquei com ela e enchi ela de beijinhos. Como em toda manhã, perguntei se ela tinha dormido bem e tal e o final da nossa conversa foi mais ou menos assim: - Filhinha e você sonhou? - Sonhei mamãe - disse ela sorrindo! - Que legal, amor, com o que você sonhou? - Com o papai! E você, mamãe, você sonhou? - Sonhei, também sonhei com o papai! - ela me olhou com reticências... - Mas mamãe, eu já sonhei com o papai então você escolhe outro sonho pra você, tá bom!

sexta-feira, 4 de março de 2011

Adestramento

Olha, vai me desculpar, mas minha filha não é cachorrinho de circo. Não dá pra ficar pedindo pra fazer as gracinhas de tudo que ela já sabe ou aprendeu a fazer exclusivamente para as pessoas verem, baterem palmas e dizerem "olha, ela já consegue fazer isso!". Concordo plenamente que ensinar a cumprimentar as pessoas, despedir, agradecer, pedir licença, pedir por favor e etcétaras seja totalmente necessário e faço isso: ensino, explico o porque de cada gesto ou palavra e tudo mais. Mas, esse negócio de ficar pedindo pra cantar aquela música nova que aprendeu, dançar daquele jeito charmoso e único ou contar aquela história fofa que ela inventou só pra mostrar pra alguém acho desnecessário e inútil e, cá entre nós, um saco - especialmente quando Larissa demonstra que não quer. Claro, porque tem horas que ela quer se mostrar, se exibir e aí realmente é lindo: ela gosta de palmas, de elogios e de mostrar suas habilidades e conquistas e eu amo elogiar, admirar e incentivar o desenvolvimento dela.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Turbilhão de emoções

Desde o final de 2008 venho visitando escolas, conversando, pesquisando e pensando, pensando muito mesmo. Pensando em como eu desejava que Larissa fosse cuidada, como desejava a formação dela, quais os valores, que tipo de relações, ambiente e aprendizagens eu gostaria de proporcionar a ela nessa fase tão importante que é a infância. As visitas às escolas em que eu estudei foram emocionantes, vivi momentos de muita nostalgia ao conversar com diretoras que me conheceram pequenininha. Por fim, das mais de vinte escolas que visitei desde 2008 até o final de 2010, levei o Du e a Larissa em quatro delas e a Recreio foi a escola em que Larissa mais se soltou e ficou à vontade (ela foi lá comigo, com o Du e com nós dois juntos). Então, decidido: em 2011 Larissa vai pra escola (e ela participou da escolha e da decisão)!

Em janeiro fui com ela fazer a matrícula e, no caminho, entre muitas cantorias e conversas me dei conta que estava com um frio na barriga e que um misto de emoções tomava conta de mim. Estava super empolgada, feliz mas ao mesmo tempo ansiosa e preocupada em como seria, como ela ficaria (e eu!). Eu fiz a matrícula enquanto ela corria e brincava por lá: adorou a areia verde!

Em fevereiro eu e o Du fomos à primeira reunião antes do início das aulas, conhecemos a professora, outros pais (inclusive reencontramos um amigo do Du com sua esposa e filhinha), a sala dela e detalhes da fase de adaptação que logo começaria. Pura excitação!

Decidimos que nos primeiros dias o Du iria com a Larissa, já que ela é mais apegada a mim e, portanto, poderia ser mais fácil se soltar dele do que de mim. No primeiro dia ela pediu que o Du ficasse na sala com ela e ao final foi embora querendo mais. No segundo dia o Du ficou no hall da escola e ela na salinha. No terceiro dia eu levei e fiquei no hall e do quarto dia em diante ela ficou lá com a professora e as coleguinhas. Nas duas primeiras semanas os novatos ficam na escola por um período menor, que vai aumentando gradativamente a cada dia. Confesso que no dia que a deixei lá e fui embora fiquei com o coração na mão, até errei o caminho da escola dela para o meu trabalho! Quando fui buscá-la nesse dia ela me olhou firme e com os olhos marejados falou "mamãe, você me deixou aqui sozinha... eu fiquei muito triste." Expliquei a ela que fui ao trabalho e voltei para buscá-la, que na escola não tem pais, só crianças e tudo mais... ela entendeu e concordou mas... affff... meu corpo doeu, meu estômago doeu, meu coração doeu, tudo doeu. Durante a tarde ela falou isso de novo, então, combinei que no dia seguinte ficaria um pouco no sofá verde (no hall da escola), que depois iria para o trabalho e mais tarde voltaria para buscá-la. Ela topou e continuou acordando animada pra ir à escola e sempre sai de lá querendo ficar mais.

Foi (e ainda está sendo!) super mega emocionante viver tudo isso, acompanhar de pertinho toda essa mudança e adaptação e estamos muito felizes! É muito lindo ver ela com sua mochilinha pra lá e pra cá, contando os lápis de cor da sua blusa de uniforme e toda entusiasmada com essa nova fase da vida.

Sabe, eu pensava que quando ela fosse para escola eu acabaria achando que ela deveria ter ido mais cedo, antes mesmo, mas não. Sinto que ela foi no melhor momento para ela e para nós. Sinto que ela foi na hora certa, no momento exato. Quando a sede por novos desafios e novas relações estava ficando intensa. Quando o mundo de casa, do prédio e todas as atividades que ela fazia (e ainda faz) já estavam bem explorados. Quando percebi que ela queria mais!

Realmente temos muito a aprender e viver no mundo da escola e fico muito satisfeita ao ver que minha filha já brinca diariamente em casa com tintas, livros, lápis de cor, colagens, massinha, desenhos, aquarelas, casinha, comidinha, música, construir e tocar instrumentos, cantar, contar histórias, quebra-cabeça, dominó, amarelinha desenhada no chão com giz e tantas outras delícias da infância. Aprendi o valor das brincadeiras de criança com minha mãe e também com ela, Larissa aprende desde cedo a soltar a imaginação e brincar de tudo isso. Mãe, te amo, sou muitíssimo feliz e grata por você cuidar da Larissa sempre com tanto amor e disposição!

Conhecer pessoas, fazer amizades, ter seu melhor amigo, brincar com o brinquedo dos outros e não querer devolver, emprestar os seus, comer e correr juntos, chorar para não se separarem e passar a maior parte do dia brincando com os amiguinhos do prédio foi o melhor pré-paro que Larissa poderia ter antes de ir para escola. O Piazza, prédio que moramos desde antes de Larissa nascer, realmente "não tem preço" - queridos vizinhos e amigos, adoro vocês!

Várias estréias para todos nós! Até a primeira virose depois de entrar na escola!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Viagem também é sinônimo de aprendizagem!

Eu e Larissa fomos passar uma semana no Chile, com minhas primas e tia querida. Ficamos na casa da Júpolets, do Charlie e dos meus sobrinhos: Totoca e Di. Sobrinhos sim, porque a Ju é minha irmã de coração e de vida. Afinal, temos 1 ano e meio de diferença de idade uma da outra e convivemos juntas desde o meu nascimento. Nossa infância foi das melhores e hoje, apesar da distância física, meu coração sempre foi conectado ao dela, ao da Déia e ao da Bá.

Bom, voltando à viagem, várias pessoas comentavam que eu era louca de ir para tão longe só com a Larissa e eu não entendia bem esses comentários... achava a coisa mais natural do mundo... até que... durante a viagem (e na ida e na volta também!), consegui compreender um pouco os tais comentários!

Larissa, super-mega-empolgada, dormiu somente os 10 minutos finais do vôo para Santiago. Já no carro, depois de uma calorosa recepção da tia Márcia e da Déia, Lalá começou um chôrôrô sem tamanho. Queria o papai, queria ir pro Brasil, queria ir pra casa. Eu explicava, abraçava, beijava, aconchegava e nada... chegamos na casa da Ju e o choro continuava. Ligamos para o Du e, mesmo dizendo que queria o pai, também não queria falar com ele... fiquei sem lugar de tanta preocupação... depois, cedeu ao enorme cansaço e dormiu. No dia seguinte, achei que ela já teria esquecido do Brasil mas logo que acordou perguntou "mamãe, vamu pu Basil agóia?" e mais chôrôrôs e pirraças que ela nunca tinha feito com ninguém na vida...

Mas mesmo com tanto cansaço, tantas mudanças, ambiente diferente, língua e pessoas diferentes, ela curtiu bastante, especialmente o priminho Totoca que ela logo me disse com firmeza que era priminho sim mas que era amiguinho. Entendi que pra ela, amigo é mais do que primo, e eles se entenderam melhor ainda, mais então quando a gente não estava perto! Larissa, logo nas primeiras conversas com ele, olhou para mim e disse "mas mamãe, ele ainda não sabe faiá dieito. Totoca, é simmmm e não sí!".

No domingo o Alfre nos recebeu em sua casa com um delicioso churrasco (aliás, o quintal da casa dele, que só foi fotografado pela mente, já era delicioso: coberto por lindas parreiras!). Larissa, depois de se familizarizar um pouco, veio correndo ofegante lá dos fundos dizendo "mamãe, tem uma fedozada lá atáis!" e eu, meio sem graça imaginando o que ela teria encontrado, perguntei o que era e depois de um bom tempo fui entender: o Totoca havia pisado numa fruta estragada e contava isso pra ela numa mistura de "portunhol" que era algo como "se há pisado en una fruta istagáda" que pra ela virou "fedozada".

Se entendiam pelo olhar. Brincavam de cutucar os pés silenciosamente embaixo da mesinha durante o almoço e sorriam um para outro: cúmplices. Corriam e pulavam, inclusive em cima da cama da Ju e do Carlos. Colcha branquinha, quarto branquinho com paredes também branquinhas. Possivelmente manchadas de achocolatado e suco que espirravam por todo quarto enquanto a dupla saltava aos risos. Nadavam, brincavam, iam às pracinhas, aos parques, e, ao final do dia, tomavam um delicioso banho de banheira que eu dava com o coração cheio de alegria pela oportunidade de viver momentos tão gostosos junto desses pequeninos!

Também se desentendiam, sempre que um queria uma coisa o outro também queria e volta e meia rolava um choro. O Di nos acompanhou em todos os programas, mamando forte sempre! Cada saída era uma grande aventura!

Cantamos juntos em português e em espanhol, até "una cuncuna amarilla" nas duas versões, que eu lembro de aprender quando pequena com a Vari.

Na volta, quando enfim consegui assentar e tomar um cappuccino na Starbucks da sala de embarque do aeroporto em Santiago, Larissa pergunta pelo tio Carlos ao que eu explico que ele foi pra casa dele descansar e que nós pegaríamos um avião de volta para o Brasil e blábláblá, achando que ela ficaria feliz de ir para casa, ver o papai e tudo mais. Pra que... Lalá abriu o chôrôrô de novo querendo o tio Carlos, querendo ir pra casa dele, querendo ficar no Chile! Enquanto estivemos lá ela nem chegava perto dele, ficava receosa e tímida com todos, agora, bem na hora de ir embora, ela queria ficar com ele. Pode!?!

Voltei processando mil aprendizados da maternidade, entre vários outros, e ainda digerindo o fato de não ter ido ver Michel Odent com tia Márcia (que buscou e levou ele ao aeroporto, almoçou com ele e participou da organização da conferência dele!).

Agora a rotina voltou ao normal, aqui e lá, e esperamos ansiosamente pela vinda (em breve definitiva, se Deus quiser!!!) da família linda que nos recebeu com tanto carinho.