quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Turbilhão de emoções

Desde o final de 2008 venho visitando escolas, conversando, pesquisando e pensando, pensando muito mesmo. Pensando em como eu desejava que Larissa fosse cuidada, como desejava a formação dela, quais os valores, que tipo de relações, ambiente e aprendizagens eu gostaria de proporcionar a ela nessa fase tão importante que é a infância. As visitas às escolas em que eu estudei foram emocionantes, vivi momentos de muita nostalgia ao conversar com diretoras que me conheceram pequenininha. Por fim, das mais de vinte escolas que visitei desde 2008 até o final de 2010, levei o Du e a Larissa em quatro delas e a Recreio foi a escola em que Larissa mais se soltou e ficou à vontade (ela foi lá comigo, com o Du e com nós dois juntos). Então, decidido: em 2011 Larissa vai pra escola (e ela participou da escolha e da decisão)!

Em janeiro fui com ela fazer a matrícula e, no caminho, entre muitas cantorias e conversas me dei conta que estava com um frio na barriga e que um misto de emoções tomava conta de mim. Estava super empolgada, feliz mas ao mesmo tempo ansiosa e preocupada em como seria, como ela ficaria (e eu!). Eu fiz a matrícula enquanto ela corria e brincava por lá: adorou a areia verde!

Em fevereiro eu e o Du fomos à primeira reunião antes do início das aulas, conhecemos a professora, outros pais (inclusive reencontramos um amigo do Du com sua esposa e filhinha), a sala dela e detalhes da fase de adaptação que logo começaria. Pura excitação!

Decidimos que nos primeiros dias o Du iria com a Larissa, já que ela é mais apegada a mim e, portanto, poderia ser mais fácil se soltar dele do que de mim. No primeiro dia ela pediu que o Du ficasse na sala com ela e ao final foi embora querendo mais. No segundo dia o Du ficou no hall da escola e ela na salinha. No terceiro dia eu levei e fiquei no hall e do quarto dia em diante ela ficou lá com a professora e as coleguinhas. Nas duas primeiras semanas os novatos ficam na escola por um período menor, que vai aumentando gradativamente a cada dia. Confesso que no dia que a deixei lá e fui embora fiquei com o coração na mão, até errei o caminho da escola dela para o meu trabalho! Quando fui buscá-la nesse dia ela me olhou firme e com os olhos marejados falou "mamãe, você me deixou aqui sozinha... eu fiquei muito triste." Expliquei a ela que fui ao trabalho e voltei para buscá-la, que na escola não tem pais, só crianças e tudo mais... ela entendeu e concordou mas... affff... meu corpo doeu, meu estômago doeu, meu coração doeu, tudo doeu. Durante a tarde ela falou isso de novo, então, combinei que no dia seguinte ficaria um pouco no sofá verde (no hall da escola), que depois iria para o trabalho e mais tarde voltaria para buscá-la. Ela topou e continuou acordando animada pra ir à escola e sempre sai de lá querendo ficar mais.

Foi (e ainda está sendo!) super mega emocionante viver tudo isso, acompanhar de pertinho toda essa mudança e adaptação e estamos muito felizes! É muito lindo ver ela com sua mochilinha pra lá e pra cá, contando os lápis de cor da sua blusa de uniforme e toda entusiasmada com essa nova fase da vida.

Sabe, eu pensava que quando ela fosse para escola eu acabaria achando que ela deveria ter ido mais cedo, antes mesmo, mas não. Sinto que ela foi no melhor momento para ela e para nós. Sinto que ela foi na hora certa, no momento exato. Quando a sede por novos desafios e novas relações estava ficando intensa. Quando o mundo de casa, do prédio e todas as atividades que ela fazia (e ainda faz) já estavam bem explorados. Quando percebi que ela queria mais!

Realmente temos muito a aprender e viver no mundo da escola e fico muito satisfeita ao ver que minha filha já brinca diariamente em casa com tintas, livros, lápis de cor, colagens, massinha, desenhos, aquarelas, casinha, comidinha, música, construir e tocar instrumentos, cantar, contar histórias, quebra-cabeça, dominó, amarelinha desenhada no chão com giz e tantas outras delícias da infância. Aprendi o valor das brincadeiras de criança com minha mãe e também com ela, Larissa aprende desde cedo a soltar a imaginação e brincar de tudo isso. Mãe, te amo, sou muitíssimo feliz e grata por você cuidar da Larissa sempre com tanto amor e disposição!

Conhecer pessoas, fazer amizades, ter seu melhor amigo, brincar com o brinquedo dos outros e não querer devolver, emprestar os seus, comer e correr juntos, chorar para não se separarem e passar a maior parte do dia brincando com os amiguinhos do prédio foi o melhor pré-paro que Larissa poderia ter antes de ir para escola. O Piazza, prédio que moramos desde antes de Larissa nascer, realmente "não tem preço" - queridos vizinhos e amigos, adoro vocês!

Várias estréias para todos nós! Até a primeira virose depois de entrar na escola!